Você segue à risca as dicas de calibragem, mantém balanceamento e geometria em dia e dirige em solavancos. E mesmo assim percebeu um desgaste maior nos pneus dianteiros do que nos traseiros? Não se assuste, isso é normal.  Os da frente gastam mesmo mais rápido. Nem o mais cuidadoso dos motoristas consegue fugir disso.
O desgaste diferente ocorre por três motivos, explica José Carlos Quadrelli, gerente geral de Engenharia de Vendas da Bridgestone do Brasil.


“Os pneus do eixo dianteiro sofrem mais que os do eixo traseiro primeiramente devido à constante mudança de ângulo para direcionar o veículo. Além disso, normalmente o peso é maior nesse eixo devido ao motor e à transferência de peso que ocorre nas frenagens. Por fim, a maioria dos veículos atuais possuem tração dianteira, o que gera mais uma solicitação nos pneus desse eixo”.
Por isso, todas as montadoras e fabricantes recomendam o rodízio de pneus para equilibrar o desgaste, para que eles tenham a mesma vida útil. Mas o motorista não deve esperar perceber perda significativa de borracha para fazer a troca. O indicado é passar os dianteiros para a traseira com, no máximo, 10 mil quilômetros e seguir alternando.
O dianteiro gasta três vezes mais rápido do que o traseiro, explica Quadrelli. “A diferença de desgaste pode gerar desequilíbrios entre os eixos em termos de dirigibilidade e frenagem, especialmente no molhado. Se não fizermos o rodízio, acabamos tendo de trocar somente dois pneus de cada vez, o que novamente desequilibra o conjunto, já que teremos pneus novos misturados com pneus usados”, observa.
O ideal é sempre trocar os quatro pneus quando há necessidade. Se isso não por possível, porém, o par novo deve ser colocado na traseira. Apesar do dianteiro gastar mais rápido, o eixo traseiro é responsável pela estabilidade do veículo.

Canarinho Press
Terra