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27 setembro, 2018

PNEUS VERDES? SÃO VERDES MESMO??

Você já deve ter ouvido falar de pneus verdes. O termo, que se popularizou nos últimos anos, diante da importância cada vez maior da eficiência energética e da redução de emissões, identifica os compostos de baixa resistência ao rolamento. Essa característica faz com que o automóvel gaste menos combustível, afinal, vale dizer que aproximadamente de 20% do consumo de um automóvel são utilizados para vencer o atrito com o solo.
 Na aparência, os pneus de baixa resistência ao rolamento são iguais aos pneus convencionais. A principal diferença está na sua composição, com a sílica (dióxido de silício) substituindo parte do negro de fumo (pó escuro fabricado por meio da queima de óleos em fornos especiais), elemento fortalecedor da borracha e essencial para a construção dos pneus.
 A sílica, basicamente, executa a mesma função que o negro de fumo. “No entanto, um pneu com sílica produz menos calor no atrito com o solo”, afirma Fabio Migliano, gerente de produto e motorsports da Pirelli, explicando que, dessa forma, há menos desperdício de energia. “O pneu trabalha mais frio. A energia que antes era transformada em calor, pode ser usada para gerar movimento”.

Ainda segundo o executivo da Pirelli, a presença da sílica nos pneus vem se transformando em um padrão, mesmo em aplicações que não tenham a economia de combustível como prioridade número um. “Mesmo no desenvolvimento de pneus para um esportivo, a montadora inclui a baixa resistência ao rolamento como um dos requisitos”, diz. “Por isso, hoje em dia, essa adição de sílica é uma evolução incorporada em diversos tipos, até mesmo em pneus de uso misto. Só não acontece nos pneus 100% off-road.”
Até mesmo por isso, segundo a ANIP, Associação Nacional da Indústria dos Pneumáticos, não existe uma regulamentação específica para que se possa classificar um pneu como “verde”. Não existe vínculo nem mesmo com os resultados da etiquetagem veicular do Inmetro - embora, evidentemente, deles sejam esperadas as melhores notas na avaliação de resistência ao rolamento.
Outros fatores
De acordo com Eduardo Roveri, gerente de certificação da Continental Pneus, muitos outros fatores evoluíram no processo de construção dos pneus e que também contribuem para economia de combustível. “É possível trabalhar em outras áreas, como as zonas de deformação em sua estrutura”, diz, explicando que, quanto menos o pneu se deformar, menor resistência ao rolamento ele terá. “Ou, também, com os tipos de borracha ou o desenho e a rigidez das bandas de rodagem.”
Mas o cobertor, muitas vezes, acaba por ficar curto. A própria adição de sílica tende a aumentar a distância de frenagem no molhado - já que, nessa situação, o menor calor gerado prejudica o desempenho -, exigindo que o fabricante altere outros elementos do pneu para compensar. Por isso, Roveri explica que nenhuma fabricante de pneus trabalha a questão da economia de combustível observando apenas um fator (a adição de sílica), mas uma série de variáveis ao mesmo tempo.
Pneus passarão a ter etiqueta do Inmetro (Foto: Divulgação)
Tudo isso pode gerar uma grande confusão para o consumidor, mas o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Pneus pode ser um bom indicativo na hora de comprar pneus novos - nele, existe a indicação o nível de resistência ao rolamento (pneus “A” nesse quesito são os que menos gastam combustível), desempenho de frenagem em piso molhado (“A” indica menor distância) e o nível de ruído emitido pelo composto.
Os dois executivos consultados ainda recomendam que, diante de necessidades específicas não contempladas na etiqueta, como robustez para quem roda em piso muito ruim ou durabilidade para quem anda muito em estrada, o consumidor converse com os consultores nos pontos de venda, para verificar quais produtos melhor atendem a essas demandas.






 por MARCIO ISHIKAWA
AUTO ESPORTE

25 setembro, 2018

Brasil reciclou cerca de 92 milhões de pneus no ano passado

 Preocupação mundial e histórica, os pneus velhos, aos poucos, estão deixando de ser um problema insolúvel no Brasil. Na verdade, hoje já até fazem parte de solução para alguns setores industriais ao servirem como insumo ou, em último caso, como combustível para fornos.
Somente no ano passado foram coletadas mais de 458 mil toneladas de pneus inservíveis no País. O trabalho é feito pelos próprios fabricantes de pneus por intermédio da Reciclanip, entidade que gerencia o processo de logística reversa do setor, criada em 2007 pela Anip, a associação nacional dos produtores de pneus.
O volume equivale a 101,78% da meta estabelecida pelo Ibama e a cerca de 91,6 milhões de pneus para carros de passeio. Desde 1999, os fabricantes já recolheram 4,5 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 898 milhões de pneus.
No ano passado, a região Sudeste respondeu por 56,83% do total coletado, seguida pelo Sul, com 21,17%. Na sequência aparecem Centro-Oeste, Nordeste e Norte, com 9,77%, 9,05% e 3,17%, respectivamente, aponta o órgão ambiental no Relatório de Pneumáticos 2018.

Brasil reciclou cerca de 92 milhões de pneus no ano passado
Foto: Pixabay
Ultrapassar o índice proposto como meta de reciclagem tem sido rotineiro para a Reciclanip desde 2009. Em 2014 e 2015 a coleta chegou a mais de 106,9% da meta. Em peso, porém, 2017 é a recordista.
Os pneus inservíveis são coletados e destinados para empresas trituradoras. Depois desse processo, o material é reaproveitado como combustível alternativo nas indústrias de cimento, fabricação de solados de sapatos, borrachas de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais, além de tapetes para automóveis e a produção de asfalto-borracha.






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